sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

No Rio, a caça às baratas

O enxadrismo carioca, não é de hoje, está por merecer novos rumos. Passado o carnaval, neste início de março uma assembléia geral extraordinária vai discutir os destinos da Federação de Xadrez do Rio de Janeiro.

É fruto do movimento de agremiações e enxadristas irresignados com os (des)caminhos de longa data da entidade federativa.

A jornada da ativa oposição para solucionar o caos, no entanto, deve ser longa e quase inglória, pois o arcabouço legal que envolve o esporte é benevolente com práticas ruinosas de perpetuação no poder. Mesmo que eivadas de desmandos de toda espécie.

No caso, o descalabro aparenta ser tanto que até o sítio eletrônico da Fexerj, prenunciando a tempestade, saiu do ar, afetando principalmente a escalação dos torneios estaduais de categorias menores que classificam para os Brasileiros.

Na entidade sem atendimento, sem calendário e sem diretoria, o último que saiu é que deve ter apagado a luz.

Com o atual vácuo de autoridade, pode-se afirmar que na federação fluminense hoje a gente não encontra literalmente nem barata...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O anfitrão irresponsável e aquele mesmo antigo hábito

Exposições de artes plásticas, competições de jipe, pedestrianismo, bocha e extenso rol de outros eventos animam atualmente a estância turística de Itu, com 150 mil habitantes e distante 100km de São Paulo. Fazem parte das comemorações oficiais pelo transcurso do 399.o aniversário da cidade.

O mais importante desses acontecimentos, assim reconhecido pelos próprios realizadores municipais, deu-se no domingo, dia 15 de fevereiro: o Open de Xadrez de Itu, que ofereceu a premiação expressiva de $ 4.000,00 reais, e que contou pontos para o Circuito 21 da Federação Paulista de Xadrez.

Esta notícia, que também foi objeto de um post de doze meses atrás, se restringiria aos parágrafo acima não fossem a observância de dois aspectos insólitos.

O ANFITRIÃO IRRESPONSÁVEL

Na ficha de inscrição do Open de Xadrez, inserida no regulamento publicado na página on line da federação, inseriu-se o seguinte texto: "Declaração. Declaro que disputo o 16.o Open de Xadrez "Cidade de Itu" por livre espontânea vontade, isentando de qualquer responsabilidade a organização, patrocinadores e demais entidades de apoio, estando ainda ciente do regulamento e das normas e regras da F.P.X."

Primeiramente, o teor é estapafúrdio, pois a ninguém são é dado imaginar que alguém vá disputar o torneio contra a própria vontade, sob a mira de uma arma ou sob alguma outra irresistível coação.

Em segundo lugar, o teor não produz quaisquer efeitos legais porque a nenhum organizador de evento, que se disponha a recepcionar centenas de visitantes, inclusive menores, é dada a faculdade de se eximir dos ditames da lei (código do consumidor, código civil, leis de posturas municipais) por mera e inócua vontade própria.

De qualquer forma, por salutar cautela, jamais assumiria eu mesmo o risco de comparecer a um evento cujo anfitrião, de antemão, já se autoqualifica de modo tão cabal como declaradamente um perfeito irresponsável.

O MESMO ANTIGO HÁBITO

No afã de evitar, como sucedeu na edição anterior do Open, que "outras páginas" tivessem a primazia da divulgação dos resultados finais "sem a (esdrúxula) autorização da FPX", a página on line da entidade esmerou-se em divulgar com rapidez não-usual a classificação final do torneio.

Mas o mesmo afã resultou na tragicômica adulteração de resultados e na subtração dos nomes de quinze jogadores inscritos na competição. A este respeito conto com o testemunho pertinente do MF Ivan Nogueira em seus comentários ao post anterior.

Aliás, quando a questão é de manipulação de documento oficial, devo supor pelo fato acima que, no monastério federativo, ao longo dos últimos anos, entra monge e sai monge, mas conservam todos aquele mesmo antigo e conhecido hábito...

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