sábado, 14 de março de 2009

Os maus augúrios do Remo, Beisebol e Xadrez

Foi-se a sexta-feira 13 de março, e aquela personagem mal-amada, ícone do mau agouro, passou incólume, como se previa.

Se, como afirmei no post anterior, o protagonista da famosa série do cinema sobreviveu a quantas marteladas e tijoladas, o nosso exemplo de predador do Xadrez tupiniquim não fez por menos: superou incólume até um propalado atentado terrorista. De autoria, quem sabe, d'alguma célula do Comando Vermelho com up-grade iraquiano.

A realidade é que figuras deste gênero, os paladinos do decoro, não são fáceis de serem batidas. Seus espermatozóides geram filhotes em tudo quanto se conhece de entidades-mãe do mundo esportivo deste Brasil.

Com maior ou menor competência, com maior ou menor desfaçatez ou caradurismo, apegam-se cada qual a seu território como urubus na preservação de sua ninhada. E tudo desinteressadamente, apenas no anseio do trabalho não-remunerado para o desenvolvimento do esporte.

Assim acontece na questionada confederação do Remo, empanturrada com os $ 1 milhão e oitocentos mil reais advindos da Lei Piva. Assim como acontece também na confederação do Beisebol, agora indiciada pelo Ministério Público por desvios de verbas do COB.

Seus predadores estão lá há dezenas de anos, imbuídos da missão cívico-social de cevar-se nos cofres públicos.

São resistentes como aquele inseto ortóptero da família dos Blactídeos, praga importuna em todas as regiões, capaz até - dizem os entendidos - de sobreviver à irradiação atômica. Popularmente conhecido, entre outros nomes, como barata-cascuda, tem todavia seus pontos fracos: de hábitos noturnos e escusos, fogem da claridade e da transparência; e manifestam horror também a ambientes com agentes dedetizadores. Como o de certas assembléias.

domingo, 8 de março de 2009

Sexta-feira 13 e o Jason tupiniquim

O número 13, para os supersticiosos, é considerado ora como sinal de infortúnio, ora de bom agouro. Compõe com a sexta-feira uma data de calendário que para uns é símbolo de azar, e para outros, motivo de celebração.


A agenda do xadrez brasileiro reserva para a sexta-feira 13 deste mês de março dois eventos.

O primeiro é na catarinense Blumenau, onde o AI Mauro Amaral começa a ministrar mais um de seus itinerantes cursos de arbitragem. O que faz a diferença neste caso é que o evento traz o apoio formal da Confederação Brasileira de Xadrez.. Isto seria impensável durante o quatriênio da gestão confederativa anterior, quando por desavenças administrativas e jurídicas, tacapes e bordunas eram os instrumentos com que a CBX se munia no trato com os dirigentes daquela entidade estadual. Haja vista o macartismo tacanho do Comunicado n. 235, de 19 de dezembro de 2007, cujas nefastas consequências foram anuladas pela pronta decisão judicial de então.

Em boa hora ambas as entidades parecem delimitar os efeitos de suas divergências político-administrativas, de modo a não prejudicar os legítimos interesses da comunidade enxadrística catarinense.

Ali com certeza a data agourenta não será motivo de arrepios, mas indicativo de patamar mais salutar na relação entre os dirigentes.

O segundo dos eventos agendados é no Rio de Janeiro, quando na mesma sexta-feira 13 de março a Associação Leopoldinense de Xadrez - ALEX recepciona os participantes da Assembléia Geral Extraordinária, que vai ali discutir e deliberar sobre a situação e os rumos do xadrez do estado, em meio ao embate político e jurídico que envolve a Federação de Xadrez local.

O clime que perdura é o de acirramento dos ânimos. Que não foram amainados pela reaparição do sítio eletrônico da Fexerj. Pois quem esperava ali encontrar a palavra serena e objetiva de quem transmite segurança quanto à legitimidade das próprias posições, teve de contentar-se com a imagem da remodelação cosmética da página e um texto editorial a matacrear o surrado subterfúgio da desqualificação dos contrários e da mistificação de complôs.

A quem se interesse pelo assunto polêmico, há uma fartura de análises, comentários e opiniões distribuídos pelos diversos blogs especializados. O fato é que, de tudo o que foi dito e exposto, fica a impressão - aqui sem nenhum juízo de valor - de que o (suposto?) presidente Barata seria a perfeita encarnação do Mal. Ou a versão jocosa do Jason Voorhees, aquele ícone dos filmes de terror, que por sinal acaba de estrear em nossas telas uma nova aventura de sua saga psicopata.

Cálculos dos fâs-clubes do gênero mostram que o Jason cinematográfico, ao longo de todos os filmes que protagonizou, levou uma centena de tiros, foi esfaqueado 26 vezes, levou 5 machadadas, foi atropelado por um trator, atropelado por um carro, soterrado por um telhado que desabou, golpeado por vasos, um sofá, pedaços de madeira, cadeiras, livros, estantes, uma televisão... e sobreviveu.

Menciono esta estatística na expectativa de que na AGE da sexta-feira 13 prevaleçam sempre comportamentos norteados somente pela argumentação fundamentada e lógica. Sem os passionalismos que apenas reforçam e farão persistir a situação.

Munir-se de tacapes e bordunas foi um episódio infeliz da anterior CBX. E não será a melhor estratégia agora para quem se vê combatendo o Jason tupiniquim.

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