Recente edição on line da Rede Bom Dia divulga o seguinte texto:
"A prefeitura de Itapetininga, através do Ministério de Esportes e da Federação Paulista de Xadrez, capacita, nesta sexta-feira, 35 professores da rede municipal para o ensino de xadrez em escolas municipais.
"No total, dez escolas irão incluir as aulas de xadrez em sua grade a partir de 2010. A capacitação só foi possível, após o convênio firmado no dia 28 de agosto, entre a Prefeitura Municipal, Ministério de Esportes e a Federação Paulista de Xadrez."
E seguem as loas costumeiras a respeito do xadrez como instrumento pedagógico, quase um mantra quando se advoga a implantação do jogo nas escolas, até que, dois parágrafos além, surge a "cereja do bolo", aquilo que decididamente faz aflorar o "espírito público" dessa turma esperta de autoridades e dirigentes envolvida na panacéia:
"Os kits com os tabuleiros de xadrez serão entregues para as escolas da rede municipal, na Semana da Educação..."
Aí me vem à lembrança antigo e lúcido texto do articulista Dirceu Viana, lá pelos idos de 2006, e ainda atualíssimo:
"As ações dos governos (em todos os níveis) necessariamente envolvem a confecção de cartilhas e a compra de kits escolares. O Brasil deve ser o país com o maior número de cartilhas do mundo. Em volume e variedade. Aí há espaço para tudo, inclusive para jogar dinheiro fora.
"Esses programas chapas-brancas começam e acabam antes mesmos do aluno descobrir que o cavalo anda em 'L' ou quem foi Rui Lopez.
"Minha solução? Valorizem os professores, dêem bolsas e programas de aprimoramento. Eles são os únicos que sobram quando o governante muda de nome e a torneira do dinheiro oficial se fecha."
Na recente encenação de Itapetininga, é pelos ralos da casa de tolerância do atual ministério de Esporte que vai se escoar o ervanário público.
Isto com certeza vai tornar mais auspicioso o ano de 2009 para o cofre federativo.
Afinal, quem tem padrinho não morre pagão, ou por falta do cão estadual caça-se com o gato federal. Este, por sinal, sempre bem mais fornido e perdulário.
Edita-se em Itapetininga a mais nova edição do mesmo velho engodo.
P.S. - A respeito da mesma casa de tolerância acima apontada: Júlio Cesar Filgueiras, até a pouco comandante do programa Segundo Tempo, a galinha dos ovos de ouro dos sanguessugas do ministério, acaba de ser afastado do cargo devido a inúmeras irregularidades na aplicação do dinheiro, aqueles milhões de reais desovados em federações e outras entidades por esses Brasis afora. A má expectativa é que se mudarão apenas as moscas...
domingo, 25 de outubro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Chamem os paraolímpicos!
Aconteceu durante quatro dias, de 29 de agosto a 1.o de setembro últimos: em Brasília o Comitê Paraolímpico Brasileiro promoveu interessante curso de imersão sobre licitação, convênios e prestação de contas. O público-alvo foram associações e confederações ligadas ao desporto paraolímpico, e que lidam com recursos públicos. Compareceram 37 entidades para o evento, cujos dirigentes se aprimoraram no uso regular e transparente dos tais recursos para evitar serem surpreendidas pelos órgãos fiscalizadores.
Se a iniciativa do CPB por si só configura um feito inusitado, tal a atmosfera de nebulosidade que envolve a relação desporto-verba pública, a adesão espontânea de trinta e sete(!) associações é ainda mais surpreendente.
Ousaria eu até imaginar a iniciativa do CPB servindo de inspiração e estímulo a mandatários de quantas outras entidades desportivas conveniadas em geral, disseminadas por esses 'Brasis' afora. Assim como um efeito multiplicador da prática salutar.
Mas, imaginar tal coisa soa como delírio de um dia de quase primavera, tal a proliferação de "espertos disfarçados de educadores", como bem os define o articulista José Cruz do portal Uol. Esses "trombadinhas profissionais" embolsam o meu, o seu, o nosso dinheirinho (ou dinheirão) sugado, por exemplo, do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
Aliás, a respeito deste malfadado Programa, olhe-se para que lado for, e estará bem à vista de quem quiser ver, o funesto festival de associações, ONGs, federações e que tais, contratadas para implantar cada qual até dezenas de núcleos de esporte educacional, mas cujas estruturas físicas se resumem a uma saleta de poucos metros quadrados, muitas vezes a dezenas de quilômetros distante do objeto do convênio.
Tenho testemunho idôneo da situação de abandono de um desses núcleos numa importante cidade do interior paulista. Dos milhões de reais despejados dos cofres federais nas burras da conveniada, fica evidente que ali respingam apenas alguns caraminguás, a título de pro-labore, no bolso da desamparada serviçal "tomadora de conta" do espaço sem atividades, a tomadora de conta que os documentos oficiais nos engabelam chamando de "monitora".
Ao final de tudo, o balanço da prestação de contas, na contramão dos ensinamentos daquele curso do CPB, apenas cumprirá burocraticamente a legislação, mais ocultando que revelando, e assim estamos quites. Isto, até que um improvável "pente fino" dos õrgãos fiscalizadores aponte o dedo para a ferida, chame o Ministério Público e a polícia.
Mas para a turma da quadrilha as grandes benesses sempre valerão os pequenos riscos...
Agora mesmo a página on-line do Programa anuncia que nesta última terça, dia 1.o de setembro, iniciou-se mais um processo seletivo das entidades que se cadastraram para novo período de contratos.
Infelizmente, trata-se de um procedimento que, pelos antecedentes de desleixo ou omissão ou ainda má fé no trato com a coisa pública, não está apto a separar o joio do trigo. E assim deveremos ter por aí em breve uma renovada leva de "espertos disfarçados de educadores, os trombadinhas profissionais".
EN PASSANT
Há poucos dias uma trupe federativa desembarcou em Itapetininga, no interior de São Paulo, para assinatura de convênio visando à capacitação de professores da rede municipal para aulas de xadrez. Profissionais da captação da imagem registraram a encenação: clima de descontração a fazer aflorar o espírito cívico dos atores protagonistas, coadjuvantes e figurantes úteis. Acrescente-se o texto-baboseira protocolar nesse tipo de evento. Mas o que interessa mesmo ao munícipe contribuinte itapetininguense - cético - é o desenrolar e o final do enredo, que vai acontecer fora dos holofotes e atenções iniciais. Mesmo porque ninguém ali vai querer chamar ou aprender com os paraolímpicos.
Se a iniciativa do CPB por si só configura um feito inusitado, tal a atmosfera de nebulosidade que envolve a relação desporto-verba pública, a adesão espontânea de trinta e sete(!) associações é ainda mais surpreendente.
Ousaria eu até imaginar a iniciativa do CPB servindo de inspiração e estímulo a mandatários de quantas outras entidades desportivas conveniadas em geral, disseminadas por esses 'Brasis' afora. Assim como um efeito multiplicador da prática salutar.
Mas, imaginar tal coisa soa como delírio de um dia de quase primavera, tal a proliferação de "espertos disfarçados de educadores", como bem os define o articulista José Cruz do portal Uol. Esses "trombadinhas profissionais" embolsam o meu, o seu, o nosso dinheirinho (ou dinheirão) sugado, por exemplo, do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
Aliás, a respeito deste malfadado Programa, olhe-se para que lado for, e estará bem à vista de quem quiser ver, o funesto festival de associações, ONGs, federações e que tais, contratadas para implantar cada qual até dezenas de núcleos de esporte educacional, mas cujas estruturas físicas se resumem a uma saleta de poucos metros quadrados, muitas vezes a dezenas de quilômetros distante do objeto do convênio.
Tenho testemunho idôneo da situação de abandono de um desses núcleos numa importante cidade do interior paulista. Dos milhões de reais despejados dos cofres federais nas burras da conveniada, fica evidente que ali respingam apenas alguns caraminguás, a título de pro-labore, no bolso da desamparada serviçal "tomadora de conta" do espaço sem atividades, a tomadora de conta que os documentos oficiais nos engabelam chamando de "monitora".
Ao final de tudo, o balanço da prestação de contas, na contramão dos ensinamentos daquele curso do CPB, apenas cumprirá burocraticamente a legislação, mais ocultando que revelando, e assim estamos quites. Isto, até que um improvável "pente fino" dos õrgãos fiscalizadores aponte o dedo para a ferida, chame o Ministério Público e a polícia.
Mas para a turma da quadrilha as grandes benesses sempre valerão os pequenos riscos...
Agora mesmo a página on-line do Programa anuncia que nesta última terça, dia 1.o de setembro, iniciou-se mais um processo seletivo das entidades que se cadastraram para novo período de contratos.
Infelizmente, trata-se de um procedimento que, pelos antecedentes de desleixo ou omissão ou ainda má fé no trato com a coisa pública, não está apto a separar o joio do trigo. E assim deveremos ter por aí em breve uma renovada leva de "espertos disfarçados de educadores, os trombadinhas profissionais".
EN PASSANT
Há poucos dias uma trupe federativa desembarcou em Itapetininga, no interior de São Paulo, para assinatura de convênio visando à capacitação de professores da rede municipal para aulas de xadrez. Profissionais da captação da imagem registraram a encenação: clima de descontração a fazer aflorar o espírito cívico dos atores protagonistas, coadjuvantes e figurantes úteis. Acrescente-se o texto-baboseira protocolar nesse tipo de evento. Mas o que interessa mesmo ao munícipe contribuinte itapetininguense - cético - é o desenrolar e o final do enredo, que vai acontecer fora dos holofotes e atenções iniciais. Mesmo porque ninguém ali vai querer chamar ou aprender com os paraolímpicos.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
A Torneira Fechada
Deu na página on-line da Federação Paulista de Xadrez, de modo sucinto, como num lance "en-passant" quase envergonhado, a notícia (já retirada do ar) de que o denominado Festival do Interior (ou rio-pretense) não foi confirmado.
Tanto que o evento foi deletado da agenda federativa para este ano.
A esse respeito, não houve nenhum esclarecimento adicional, que seria até necessário em consideração aos afiliados que mereceriam ficar a par dos motivos pelo descumprimento do calendário.
Mas não é difícil decifrar o enigma: é que se fechou, ao menos por ora, a torneira dos convênios estaduais.
Sem o dim-dim público, de frouxa fiscalização, esse tipo de evento é letra morta na programação federativa, em que pesem as receitas advindas das gordas taxas de anuidade (a mais cara do país), dos registros de torneios e dos repasses cadastrais da CBX.
Ou os chamados "festivais" servem apenas para o recebimento de verbas oficiais, ao que tudo indica, compensatórias?
"Administrar não é usar recursos públicos ou trabalhar em causa própria...", sentenciou o magistrado Egas Moniz Barreto de Araujo em recente questão jurídica envolvendo entidade do Remo, mas aplicável a tantas quantas do meio desportivo nacional.
De qualquer maneira, pela agenda ora frustrada agradecem, penhoradamente, o meu, o seu, o nosso suado dinheirinho...
Tanto que o evento foi deletado da agenda federativa para este ano.
A esse respeito, não houve nenhum esclarecimento adicional, que seria até necessário em consideração aos afiliados que mereceriam ficar a par dos motivos pelo descumprimento do calendário.
Mas não é difícil decifrar o enigma: é que se fechou, ao menos por ora, a torneira dos convênios estaduais.
Sem o dim-dim público, de frouxa fiscalização, esse tipo de evento é letra morta na programação federativa, em que pesem as receitas advindas das gordas taxas de anuidade (a mais cara do país), dos registros de torneios e dos repasses cadastrais da CBX.
Ou os chamados "festivais" servem apenas para o recebimento de verbas oficiais, ao que tudo indica, compensatórias?
"Administrar não é usar recursos públicos ou trabalhar em causa própria...", sentenciou o magistrado Egas Moniz Barreto de Araujo em recente questão jurídica envolvendo entidade do Remo, mas aplicável a tantas quantas do meio desportivo nacional.
De qualquer maneira, pela agenda ora frustrada agradecem, penhoradamente, o meu, o seu, o nosso suado dinheirinho...
sábado, 14 de março de 2009
Os maus augúrios do Remo, Beisebol e Xadrez
Foi-se a sexta-feira 13 de março, e aquela personagem mal-amada, ícone do mau agouro, passou incólume, como se previa.
Se, como afirmei no post anterior, o protagonista da famosa série do cinema sobreviveu a quantas marteladas e tijoladas, o nosso exemplo de predador do Xadrez tupiniquim não fez por menos: superou incólume até um propalado atentado terrorista. De autoria, quem sabe, d'alguma célula do Comando Vermelho com up-grade iraquiano.
A realidade é que figuras deste gênero, os paladinos do decoro, não são fáceis de serem batidas. Seus espermatozóides geram filhotes em tudo quanto se conhece de entidades-mãe do mundo esportivo deste Brasil.
Com maior ou menor competência, com maior ou menor desfaçatez ou caradurismo, apegam-se cada qual a seu território como urubus na preservação de sua ninhada. E tudo desinteressadamente, apenas no anseio do trabalho não-remunerado para o desenvolvimento do esporte.
Assim acontece na questionada confederação do Remo, empanturrada com os $ 1 milhão e oitocentos mil reais advindos da Lei Piva. Assim como acontece também na confederação do Beisebol, agora indiciada pelo Ministério Público por desvios de verbas do COB.
Seus predadores estão lá há dezenas de anos, imbuídos da missão cívico-social de cevar-se nos cofres públicos.
São resistentes como aquele inseto ortóptero da família dos Blactídeos, praga importuna em todas as regiões, capaz até - dizem os entendidos - de sobreviver à irradiação atômica. Popularmente conhecido, entre outros nomes, como barata-cascuda, tem todavia seus pontos fracos: de hábitos noturnos e escusos, fogem da claridade e da transparência; e manifestam horror também a ambientes com agentes dedetizadores. Como o de certas assembléias.
Se, como afirmei no post anterior, o protagonista da famosa série do cinema sobreviveu a quantas marteladas e tijoladas, o nosso exemplo de predador do Xadrez tupiniquim não fez por menos: superou incólume até um propalado atentado terrorista. De autoria, quem sabe, d'alguma célula do Comando Vermelho com up-grade iraquiano.
A realidade é que figuras deste gênero, os paladinos do decoro, não são fáceis de serem batidas. Seus espermatozóides geram filhotes em tudo quanto se conhece de entidades-mãe do mundo esportivo deste Brasil.
Com maior ou menor competência, com maior ou menor desfaçatez ou caradurismo, apegam-se cada qual a seu território como urubus na preservação de sua ninhada. E tudo desinteressadamente, apenas no anseio do trabalho não-remunerado para o desenvolvimento do esporte.
Assim acontece na questionada confederação do Remo, empanturrada com os $ 1 milhão e oitocentos mil reais advindos da Lei Piva. Assim como acontece também na confederação do Beisebol, agora indiciada pelo Ministério Público por desvios de verbas do COB.
Seus predadores estão lá há dezenas de anos, imbuídos da missão cívico-social de cevar-se nos cofres públicos.
São resistentes como aquele inseto ortóptero da família dos Blactídeos, praga importuna em todas as regiões, capaz até - dizem os entendidos - de sobreviver à irradiação atômica. Popularmente conhecido, entre outros nomes, como barata-cascuda, tem todavia seus pontos fracos: de hábitos noturnos e escusos, fogem da claridade e da transparência; e manifestam horror também a ambientes com agentes dedetizadores. Como o de certas assembléias.
domingo, 8 de março de 2009
Sexta-feira 13 e o Jason tupiniquim
O número 13, para os supersticiosos, é considerado ora como sinal de infortúnio, ora de bom agouro. Compõe com a sexta-feira uma data de calendário que para uns é símbolo de azar, e para outros, motivo de celebração.
A agenda do xadrez brasileiro reserva para a sexta-feira 13 deste mês de março dois eventos.
O primeiro é na catarinense Blumenau, onde o AI Mauro Amaral começa a ministrar mais um de seus itinerantes cursos de arbitragem. O que faz a diferença neste caso é que o evento traz o apoio formal da Confederação Brasileira de Xadrez.. Isto seria impensável durante o quatriênio da gestão confederativa anterior, quando por desavenças administrativas e jurídicas, tacapes e bordunas eram os instrumentos com que a CBX se munia no trato com os dirigentes daquela entidade estadual. Haja vista o macartismo tacanho do Comunicado n. 235, de 19 de dezembro de 2007, cujas nefastas consequências foram anuladas pela pronta decisão judicial de então.
Em boa hora ambas as entidades parecem delimitar os efeitos de suas divergências político-administrativas, de modo a não prejudicar os legítimos interesses da comunidade enxadrística catarinense.
Ali com certeza a data agourenta não será motivo de arrepios, mas indicativo de patamar mais salutar na relação entre os dirigentes.
O segundo dos eventos agendados é no Rio de Janeiro, quando na mesma sexta-feira 13 de março a Associação Leopoldinense de Xadrez - ALEX recepciona os participantes da Assembléia Geral Extraordinária, que vai ali discutir e deliberar sobre a situação e os rumos do xadrez do estado, em meio ao embate político e jurídico que envolve a Federação de Xadrez local.
O clime que perdura é o de acirramento dos ânimos. Que não foram amainados pela reaparição do sítio eletrônico da Fexerj. Pois quem esperava ali encontrar a palavra serena e objetiva de quem transmite segurança quanto à legitimidade das próprias posições, teve de contentar-se com a imagem da remodelação cosmética da página e um texto editorial a matacrear o surrado subterfúgio da desqualificação dos contrários e da mistificação de complôs.
A quem se interesse pelo assunto polêmico, há uma fartura de análises, comentários e opiniões distribuídos pelos diversos blogs especializados. O fato é que, de tudo o que foi dito e exposto, fica a impressão - aqui sem nenhum juízo de valor - de que o (suposto?) presidente Barata seria a perfeita encarnação do Mal. Ou a versão jocosa do Jason Voorhees, aquele ícone dos filmes de terror, que por sinal acaba de estrear em nossas telas uma nova aventura de sua saga psicopata.
Cálculos dos fâs-clubes do gênero mostram que o Jason cinematográfico, ao longo de todos os filmes que protagonizou, levou uma centena de tiros, foi esfaqueado 26 vezes, levou 5 machadadas, foi atropelado por um trator, atropelado por um carro, soterrado por um telhado que desabou, golpeado por vasos, um sofá, pedaços de madeira, cadeiras, livros, estantes, uma televisão... e sobreviveu.
Menciono esta estatística na expectativa de que na AGE da sexta-feira 13 prevaleçam sempre comportamentos norteados somente pela argumentação fundamentada e lógica. Sem os passionalismos que apenas reforçam e farão persistir a situação.
Munir-se de tacapes e bordunas foi um episódio infeliz da anterior CBX. E não será a melhor estratégia agora para quem se vê combatendo o Jason tupiniquim.
A agenda do xadrez brasileiro reserva para a sexta-feira 13 deste mês de março dois eventos.
O primeiro é na catarinense Blumenau, onde o AI Mauro Amaral começa a ministrar mais um de seus itinerantes cursos de arbitragem. O que faz a diferença neste caso é que o evento traz o apoio formal da Confederação Brasileira de Xadrez.. Isto seria impensável durante o quatriênio da gestão confederativa anterior, quando por desavenças administrativas e jurídicas, tacapes e bordunas eram os instrumentos com que a CBX se munia no trato com os dirigentes daquela entidade estadual. Haja vista o macartismo tacanho do Comunicado n. 235, de 19 de dezembro de 2007, cujas nefastas consequências foram anuladas pela pronta decisão judicial de então.
Em boa hora ambas as entidades parecem delimitar os efeitos de suas divergências político-administrativas, de modo a não prejudicar os legítimos interesses da comunidade enxadrística catarinense.
Ali com certeza a data agourenta não será motivo de arrepios, mas indicativo de patamar mais salutar na relação entre os dirigentes.
O segundo dos eventos agendados é no Rio de Janeiro, quando na mesma sexta-feira 13 de março a Associação Leopoldinense de Xadrez - ALEX recepciona os participantes da Assembléia Geral Extraordinária, que vai ali discutir e deliberar sobre a situação e os rumos do xadrez do estado, em meio ao embate político e jurídico que envolve a Federação de Xadrez local.
O clime que perdura é o de acirramento dos ânimos. Que não foram amainados pela reaparição do sítio eletrônico da Fexerj. Pois quem esperava ali encontrar a palavra serena e objetiva de quem transmite segurança quanto à legitimidade das próprias posições, teve de contentar-se com a imagem da remodelação cosmética da página e um texto editorial a matacrear o surrado subterfúgio da desqualificação dos contrários e da mistificação de complôs.
A quem se interesse pelo assunto polêmico, há uma fartura de análises, comentários e opiniões distribuídos pelos diversos blogs especializados. O fato é que, de tudo o que foi dito e exposto, fica a impressão - aqui sem nenhum juízo de valor - de que o (suposto?) presidente Barata seria a perfeita encarnação do Mal. Ou a versão jocosa do Jason Voorhees, aquele ícone dos filmes de terror, que por sinal acaba de estrear em nossas telas uma nova aventura de sua saga psicopata.
Cálculos dos fâs-clubes do gênero mostram que o Jason cinematográfico, ao longo de todos os filmes que protagonizou, levou uma centena de tiros, foi esfaqueado 26 vezes, levou 5 machadadas, foi atropelado por um trator, atropelado por um carro, soterrado por um telhado que desabou, golpeado por vasos, um sofá, pedaços de madeira, cadeiras, livros, estantes, uma televisão... e sobreviveu.
Menciono esta estatística na expectativa de que na AGE da sexta-feira 13 prevaleçam sempre comportamentos norteados somente pela argumentação fundamentada e lógica. Sem os passionalismos que apenas reforçam e farão persistir a situação.
Munir-se de tacapes e bordunas foi um episódio infeliz da anterior CBX. E não será a melhor estratégia agora para quem se vê combatendo o Jason tupiniquim.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
No Rio, a caça às baratas
O enxadrismo carioca, não é de hoje, está por merecer novos rumos. Passado o carnaval, neste início de março uma assembléia geral extraordinária vai discutir os destinos da Federação de Xadrez do Rio de Janeiro.
É fruto do movimento de agremiações e enxadristas irresignados com os (des)caminhos de longa data da entidade federativa.
A jornada da ativa oposição para solucionar o caos, no entanto, deve ser longa e quase inglória, pois o arcabouço legal que envolve o esporte é benevolente com práticas ruinosas de perpetuação no poder. Mesmo que eivadas de desmandos de toda espécie.
No caso, o descalabro aparenta ser tanto que até o sítio eletrônico da Fexerj, prenunciando a tempestade, saiu do ar, afetando principalmente a escalação dos torneios estaduais de categorias menores que classificam para os Brasileiros.
Na entidade sem atendimento, sem calendário e sem diretoria, o último que saiu é que deve ter apagado a luz.
Com o atual vácuo de autoridade, pode-se afirmar que na federação fluminense hoje a gente não encontra literalmente nem barata...
É fruto do movimento de agremiações e enxadristas irresignados com os (des)caminhos de longa data da entidade federativa.
A jornada da ativa oposição para solucionar o caos, no entanto, deve ser longa e quase inglória, pois o arcabouço legal que envolve o esporte é benevolente com práticas ruinosas de perpetuação no poder. Mesmo que eivadas de desmandos de toda espécie.
No caso, o descalabro aparenta ser tanto que até o sítio eletrônico da Fexerj, prenunciando a tempestade, saiu do ar, afetando principalmente a escalação dos torneios estaduais de categorias menores que classificam para os Brasileiros.
Na entidade sem atendimento, sem calendário e sem diretoria, o último que saiu é que deve ter apagado a luz.
Com o atual vácuo de autoridade, pode-se afirmar que na federação fluminense hoje a gente não encontra literalmente nem barata...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O anfitrão irresponsável e aquele mesmo antigo hábito
Exposições de artes plásticas, competições de jipe, pedestrianismo, bocha e extenso rol de outros eventos animam atualmente a estância turística de Itu, com 150 mil habitantes e distante 100km de São Paulo. Fazem parte das comemorações oficiais pelo transcurso do 399.o aniversário da cidade.
O mais importante desses acontecimentos, assim reconhecido pelos próprios realizadores municipais, deu-se no domingo, dia 15 de fevereiro: o Open de Xadrez de Itu, que ofereceu a premiação expressiva de $ 4.000,00 reais, e que contou pontos para o Circuito 21 da Federação Paulista de Xadrez.
Esta notícia, que também foi objeto de um post de doze meses atrás, se restringiria aos parágrafo acima não fossem a observância de dois aspectos insólitos.
O ANFITRIÃO IRRESPONSÁVEL
Na ficha de inscrição do Open de Xadrez, inserida no regulamento publicado na página on line da federação, inseriu-se o seguinte texto: "Declaração. Declaro que disputo o 16.o Open de Xadrez "Cidade de Itu" por livre espontânea vontade, isentando de qualquer responsabilidade a organização, patrocinadores e demais entidades de apoio, estando ainda ciente do regulamento e das normas e regras da F.P.X."
Primeiramente, o teor é estapafúrdio, pois a ninguém são é dado imaginar que alguém vá disputar o torneio contra a própria vontade, sob a mira de uma arma ou sob alguma outra irresistível coação.
Em segundo lugar, o teor não produz quaisquer efeitos legais porque a nenhum organizador de evento, que se disponha a recepcionar centenas de visitantes, inclusive menores, é dada a faculdade de se eximir dos ditames da lei (código do consumidor, código civil, leis de posturas municipais) por mera e inócua vontade própria.
De qualquer forma, por salutar cautela, jamais assumiria eu mesmo o risco de comparecer a um evento cujo anfitrião, de antemão, já se autoqualifica de modo tão cabal como declaradamente um perfeito irresponsável.
O MESMO ANTIGO HÁBITO
No afã de evitar, como sucedeu na edição anterior do Open, que "outras páginas" tivessem a primazia da divulgação dos resultados finais "sem a (esdrúxula) autorização da FPX", a página on line da entidade esmerou-se em divulgar com rapidez não-usual a classificação final do torneio.
Mas o mesmo afã resultou na tragicômica adulteração de resultados e na subtração dos nomes de quinze jogadores inscritos na competição. A este respeito conto com o testemunho pertinente do MF Ivan Nogueira em seus comentários ao post anterior.
Aliás, quando a questão é de manipulação de documento oficial, devo supor pelo fato acima que, no monastério federativo, ao longo dos últimos anos, entra monge e sai monge, mas conservam todos aquele mesmo antigo e conhecido hábito...
O mais importante desses acontecimentos, assim reconhecido pelos próprios realizadores municipais, deu-se no domingo, dia 15 de fevereiro: o Open de Xadrez de Itu, que ofereceu a premiação expressiva de $ 4.000,00 reais, e que contou pontos para o Circuito 21 da Federação Paulista de Xadrez.
Esta notícia, que também foi objeto de um post de doze meses atrás, se restringiria aos parágrafo acima não fossem a observância de dois aspectos insólitos.
O ANFITRIÃO IRRESPONSÁVEL
Na ficha de inscrição do Open de Xadrez, inserida no regulamento publicado na página on line da federação, inseriu-se o seguinte texto: "Declaração. Declaro que disputo o 16.o Open de Xadrez "Cidade de Itu" por livre espontânea vontade, isentando de qualquer responsabilidade a organização, patrocinadores e demais entidades de apoio, estando ainda ciente do regulamento e das normas e regras da F.P.X."
Primeiramente, o teor é estapafúrdio, pois a ninguém são é dado imaginar que alguém vá disputar o torneio contra a própria vontade, sob a mira de uma arma ou sob alguma outra irresistível coação.
Em segundo lugar, o teor não produz quaisquer efeitos legais porque a nenhum organizador de evento, que se disponha a recepcionar centenas de visitantes, inclusive menores, é dada a faculdade de se eximir dos ditames da lei (código do consumidor, código civil, leis de posturas municipais) por mera e inócua vontade própria.
De qualquer forma, por salutar cautela, jamais assumiria eu mesmo o risco de comparecer a um evento cujo anfitrião, de antemão, já se autoqualifica de modo tão cabal como declaradamente um perfeito irresponsável.
O MESMO ANTIGO HÁBITO
No afã de evitar, como sucedeu na edição anterior do Open, que "outras páginas" tivessem a primazia da divulgação dos resultados finais "sem a (esdrúxula) autorização da FPX", a página on line da entidade esmerou-se em divulgar com rapidez não-usual a classificação final do torneio.
Mas o mesmo afã resultou na tragicômica adulteração de resultados e na subtração dos nomes de quinze jogadores inscritos na competição. A este respeito conto com o testemunho pertinente do MF Ivan Nogueira em seus comentários ao post anterior.
Aliás, quando a questão é de manipulação de documento oficial, devo supor pelo fato acima que, no monastério federativo, ao longo dos últimos anos, entra monge e sai monge, mas conservam todos aquele mesmo antigo e conhecido hábito...
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
A arte de estar por cima da carne seca
A saudosa Velhinha de Taubaté, vale relembrar, morreu em 2005, após o escândalo político do Mensalão. O seu obituário foi amplamente noticiado à época.
Conheço uma outra senhora, também interessante, também entrada em anos: a Cicinha da Baixada. Dizem as más línguas que ambas foram comadres, mas penso não ser verdade. Pois enquanto a de Taubaté primava pela fé cega nas coisas, a da Baixada é calculista. Basta dizer que, leitora voraz, seu livro de cabeceira é "Você é o Máximo - a História do Puxa-saquismo", do americano Richard Stengel.
Abro aqui um parêntese para explicar que a palavra puxa-saco vem de uma gíria militar. Os oficiais em viagem não colocavam as roupas em malas, mas em sacos. Os soldados, então, carregavam para todos os lados as bagagens de seus superiores, com a maior humildade e obediência. Daí puxa-saco passar a significar bajulador, aquele que corteja com subserviência, foi um pulo. Em 1946 um samba carnavalesco carioca consagrou de vez o puxa-saquismo como certa filosofia de vida. Esta parte da letra todo mundo conhece: "O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais..."
Esta qualificação cai bem na descrição que faço do caráter da Cicinha da Baixada. Mas em que pese isto, ela não deixa de ser uma simpática senhora, não por acaso também enxadrista. Embora a esse respeito ela se considere hoje uma capivara treineira, não esconde que já teve seus momentos de jogadora-prodígio quando menina. Atualmente, seu xadrez como prática está mais restrito a eventos locais.
De qualquer maneira, nunca se desligou da modalidade, e acompanha o dia-a-dia dos tabuleiros pela internet. Fez um curso no Senac e manuseia muito bem o computador, mesmo sendo ela de uma geração pré-informática. Diz que fica às vezes na internet uma manhã inteira, conferindo as páginas enxadrísticas.
Em abono da veneranda senhora, quem a conhece bem, sabe que seu espírito de bajulação compulsiva não visa necessariamente a vantagens pessoais. É mais fruto daquela propensão inata que acomete certa pessoas de terem horror a serem do contra em suas relações pessoais ou profissionais. É o espírito de manada que tem ojeriza a controvérsias.
O importante é sempre estar de bem, ou mesmo ao lado de quem estar por cima da carne seca. E se a adulação, por ventura, render benefícios, ela não se faz de rogada, aproveita o útil ao mesmo tempo que usufrui o agradável.
A Cicinha sabe que este escriba, quando o assunto é o ambiente enxadrístico, não reza exatamente pela mesma cartilha dos dirigentes de plantão na federação paulista, e por isso mesmo, quando batemos papo pelo MSN ela gosta de me espicaçar dizendo que é "fanzoca número um do Zezão de Americana". Afirma ficar "extasiada com sua verve fácil, capaz de arrumar patrocínio oficial para festival de xadrez até nas dunas de Marte. E depois prestar contas tim-tim por tim-tim, até com recibo dos marcianos".
Bem a propósito, faz da página on line da federação paulista a página inicial de seu navegador. Considera o sítio da CBX "muito chato, só comunicados, contas e contas. Já chegam as minhas. Quem sabe o Pablyto possa dar um jeito nisso..."
Pois não é que ultimamente a Cicinha da Baixada anda eufórica como nunca? Manda-me uma mensagem gentilmente provocadora só para mostrar a este escriba ranzinza quem é que agora estar de fato por cima da carne seca: nada menos que a FPX do seu Zezão, o Máximo. A entidade acaba de assinar com o Ministério do Esporte um novo convênio para implantar neste estado setenta núcleos dentro do Programa Segundo Tempo.
Esta nova bolada financeira para fins supostamente sociais atinge as alturas, em números redondos, de R$ 5.600.000,00.
Esta profusão de zeros não é erro de digitação: são realmente cinco milhões e seiscentos mil reais em verbas dos cofres federais para as burras federativas.
A veneranda senhora "está se achando" com a notícia, pois sabe que o Zezo pode contar com ela para dar uma mãozinha como monitora ou coisa que o valha. Ela sabe também o quanto é importante nessas horas estar ao lado de quem estar por cima.
E antes de encerrar nosso batepapo, ela me exibe o seu troféu puxa-saquista: a cópia do extrato do convênio assinado e datado sugestivamente de 31 de dezembro de 2008.
A Cicinha desliga então o MSN e, com certeza, vai se debruçar em mais uma releitura de sua surrada edição de "Você é o Máximo"!
E fica comigo a transcrição de dar calafrios em quem tenha algum zelo com o meu, o seu, o nosso escasso dinheirinho:
Nº 13, terça-feira, 20 de janeiro de 2009 – Diário Oficial da União – Seção 3
CONVÊNIO Nº 702359/2008
ESPÉCIE: Convênio que celebram entre si a União, por intermédio do Ministério do Esporte e a Federação Paulista de Xadrez.
OBJETO: Constitui objeto do presente Convênio a implantação de 70 núcleos de esporte educacional do Programa Segundo Tempo, para atendimento a crianças, adolescentes e jovens, por meio do desenvolvimento de práticas esportivas educacionais, no/em 01(um) município do Estado de São Paulo.
DESPESA: Os recursos decorrentes do presente Convênio são provenientes
do Ministério do Esporte, Orçamento Geral da União, no valor de R$ 4.755.450,00 no Programa de Trabalho 27.812.8028.4377.0001, Natureza de Despesa 33.50.e Fonte de Recursos 100, e R$ 798.640,00, referente à contrapartida financeira e R$ 57.600,00 referente à contrapartida em bens e serviços perfazendo o valor total de R$ 5.611.690,00.
NOTA DE EMPENHO: 2008NE901041 de 30 de dezembro de 2008, UG/Gestão: 180002/00001.
VIGÊNCIA: Convênio vigerá pelo período de 24 meses, a partir da data de sua assinatura, para a execução do objeto expresso no Plano de Trabalho.
DATA DA ASSINATURA: 31 dezembro de 2008.
SIGNATÁRIOSs: WADSON NATHANIEL RIBEIRO, Secretário Executivo,, JULIO CESAR MONZU FILGUEIRA, Secretário Nacional de Esporte Educacional - e HORACIO PROL MEDEIROS, Representante da Federação Paulista de Xadrez. PROCESSO Nº: 58701.001963/2008-79.
Conheço uma outra senhora, também interessante, também entrada em anos: a Cicinha da Baixada. Dizem as más línguas que ambas foram comadres, mas penso não ser verdade. Pois enquanto a de Taubaté primava pela fé cega nas coisas, a da Baixada é calculista. Basta dizer que, leitora voraz, seu livro de cabeceira é "Você é o Máximo - a História do Puxa-saquismo", do americano Richard Stengel.
Abro aqui um parêntese para explicar que a palavra puxa-saco vem de uma gíria militar. Os oficiais em viagem não colocavam as roupas em malas, mas em sacos. Os soldados, então, carregavam para todos os lados as bagagens de seus superiores, com a maior humildade e obediência. Daí puxa-saco passar a significar bajulador, aquele que corteja com subserviência, foi um pulo. Em 1946 um samba carnavalesco carioca consagrou de vez o puxa-saquismo como certa filosofia de vida. Esta parte da letra todo mundo conhece: "O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais..."
Esta qualificação cai bem na descrição que faço do caráter da Cicinha da Baixada. Mas em que pese isto, ela não deixa de ser uma simpática senhora, não por acaso também enxadrista. Embora a esse respeito ela se considere hoje uma capivara treineira, não esconde que já teve seus momentos de jogadora-prodígio quando menina. Atualmente, seu xadrez como prática está mais restrito a eventos locais.
De qualquer maneira, nunca se desligou da modalidade, e acompanha o dia-a-dia dos tabuleiros pela internet. Fez um curso no Senac e manuseia muito bem o computador, mesmo sendo ela de uma geração pré-informática. Diz que fica às vezes na internet uma manhã inteira, conferindo as páginas enxadrísticas.
Em abono da veneranda senhora, quem a conhece bem, sabe que seu espírito de bajulação compulsiva não visa necessariamente a vantagens pessoais. É mais fruto daquela propensão inata que acomete certa pessoas de terem horror a serem do contra em suas relações pessoais ou profissionais. É o espírito de manada que tem ojeriza a controvérsias.
O importante é sempre estar de bem, ou mesmo ao lado de quem estar por cima da carne seca. E se a adulação, por ventura, render benefícios, ela não se faz de rogada, aproveita o útil ao mesmo tempo que usufrui o agradável.
A Cicinha sabe que este escriba, quando o assunto é o ambiente enxadrístico, não reza exatamente pela mesma cartilha dos dirigentes de plantão na federação paulista, e por isso mesmo, quando batemos papo pelo MSN ela gosta de me espicaçar dizendo que é "fanzoca número um do Zezão de Americana". Afirma ficar "extasiada com sua verve fácil, capaz de arrumar patrocínio oficial para festival de xadrez até nas dunas de Marte. E depois prestar contas tim-tim por tim-tim, até com recibo dos marcianos".
Bem a propósito, faz da página on line da federação paulista a página inicial de seu navegador. Considera o sítio da CBX "muito chato, só comunicados, contas e contas. Já chegam as minhas. Quem sabe o Pablyto possa dar um jeito nisso..."
Pois não é que ultimamente a Cicinha da Baixada anda eufórica como nunca? Manda-me uma mensagem gentilmente provocadora só para mostrar a este escriba ranzinza quem é que agora estar de fato por cima da carne seca: nada menos que a FPX do seu Zezão, o Máximo. A entidade acaba de assinar com o Ministério do Esporte um novo convênio para implantar neste estado setenta núcleos dentro do Programa Segundo Tempo.
Esta nova bolada financeira para fins supostamente sociais atinge as alturas, em números redondos, de R$ 5.600.000,00.
Esta profusão de zeros não é erro de digitação: são realmente cinco milhões e seiscentos mil reais em verbas dos cofres federais para as burras federativas.
A veneranda senhora "está se achando" com a notícia, pois sabe que o Zezo pode contar com ela para dar uma mãozinha como monitora ou coisa que o valha. Ela sabe também o quanto é importante nessas horas estar ao lado de quem estar por cima.
E antes de encerrar nosso batepapo, ela me exibe o seu troféu puxa-saquista: a cópia do extrato do convênio assinado e datado sugestivamente de 31 de dezembro de 2008.
A Cicinha desliga então o MSN e, com certeza, vai se debruçar em mais uma releitura de sua surrada edição de "Você é o Máximo"!
E fica comigo a transcrição de dar calafrios em quem tenha algum zelo com o meu, o seu, o nosso escasso dinheirinho:
Nº 13, terça-feira, 20 de janeiro de 2009 – Diário Oficial da União – Seção 3
CONVÊNIO Nº 702359/2008
ESPÉCIE: Convênio que celebram entre si a União, por intermédio do Ministério do Esporte e a Federação Paulista de Xadrez.
OBJETO: Constitui objeto do presente Convênio a implantação de 70 núcleos de esporte educacional do Programa Segundo Tempo, para atendimento a crianças, adolescentes e jovens, por meio do desenvolvimento de práticas esportivas educacionais, no/em 01(um) município do Estado de São Paulo.
DESPESA: Os recursos decorrentes do presente Convênio são provenientes
do Ministério do Esporte, Orçamento Geral da União, no valor de R$ 4.755.450,00 no Programa de Trabalho 27.812.8028.4377.0001, Natureza de Despesa 33.50.e Fonte de Recursos 100, e R$ 798.640,00, referente à contrapartida financeira e R$ 57.600,00 referente à contrapartida em bens e serviços perfazendo o valor total de R$ 5.611.690,00.
NOTA DE EMPENHO: 2008NE901041 de 30 de dezembro de 2008, UG/Gestão: 180002/00001.
VIGÊNCIA: Convênio vigerá pelo período de 24 meses, a partir da data de sua assinatura, para a execução do objeto expresso no Plano de Trabalho.
DATA DA ASSINATURA: 31 dezembro de 2008.
SIGNATÁRIOSs: WADSON NATHANIEL RIBEIRO, Secretário Executivo,, JULIO CESAR MONZU FILGUEIRA, Secretário Nacional de Esporte Educacional - e HORACIO PROL MEDEIROS, Representante da Federação Paulista de Xadrez. PROCESSO Nº: 58701.001963/2008-79.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
A efeméride do grande mestre
Há exatos 57 anos, neste dia 23 de janeiro, surgia para o mundo na sul-riograndense Santa Cruz aquele que integraria o seleto grupo dos nossos foras-de-série, aqueles que por geração espontânea conseguem romper a barreira da monocultura desportiva nacional (Maria Ester Bueno, Éder Jofre, Emerson Fitipaldi...)
Refiro-me a Henrique da Costa Mecking, o Mequinho de brasileiríssima alcunha.
No seu currículo ímpar, estão dois títulos Interzonais, o primeiro no Brasil, aos 21 anos, o segundo nas Filipinas, aos 25; campeão sul-americano aos 14 anos; campeão nacional aos 13 e 15 anos, chegando a terceiro do mundo no ranking da Fide, somente superado na época por Anatoly Karpov e Victor Korchnoi.
Mequinho tornou-se aos 19 anos o nosso mais jovem grande mestre internacional de xadrez ao empatar com o romemo Victor Cocaltea no 15º movimento em partida válida pela 14ª rodada do torneio de Hastings, na Inglaterra.
De volta ao Brasil, Mequinho foi recebido no aeroporto pela bateria da Mangueira.
E essa conquista do primeiro título de Grande Mestre para o xadrez nacional mereceu cobertura de página inteira do Jornal do Brasil do dia 13 de janeiro de 1970.
Há uma excelente reportagem on line com artigos, crônicas e fotos sobre a vida do Mestre no endereço http://xadrezonline.uol.com.br/biografia.htm.
Como também vale uma visita o videodocumentário de Felipe Nepomuceno, a respeito desse que é o maior jogador de xadrez da história do Brasil. Está no endereço
http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=2853
Merecedor de uma popularidade que extravasou em muito os limites tacanhos do nosso ambiente enxadrístico, vamos encontrá-lo até na música popular, referenciado que foi nos versos da canção "Meus Heróis" do saudoso Raul Seixas:
"Quem é que no Brasil não reconhece o grande trunfo do Xadrez?
"Saí pela tangente disfarçando uma possível estupidez.
"Corri para um cantinho para dali sacar o lance de mansinho…
"Adivinha quem era? Mequinho!
Refiro-me a Henrique da Costa Mecking, o Mequinho de brasileiríssima alcunha.
No seu currículo ímpar, estão dois títulos Interzonais, o primeiro no Brasil, aos 21 anos, o segundo nas Filipinas, aos 25; campeão sul-americano aos 14 anos; campeão nacional aos 13 e 15 anos, chegando a terceiro do mundo no ranking da Fide, somente superado na época por Anatoly Karpov e Victor Korchnoi.
Mequinho tornou-se aos 19 anos o nosso mais jovem grande mestre internacional de xadrez ao empatar com o romemo Victor Cocaltea no 15º movimento em partida válida pela 14ª rodada do torneio de Hastings, na Inglaterra.
De volta ao Brasil, Mequinho foi recebido no aeroporto pela bateria da Mangueira.
E essa conquista do primeiro título de Grande Mestre para o xadrez nacional mereceu cobertura de página inteira do Jornal do Brasil do dia 13 de janeiro de 1970.
Há uma excelente reportagem on line com artigos, crônicas e fotos sobre a vida do Mestre no endereço http://xadrezonline.uol.com.br/biografia.htm.
Como também vale uma visita o videodocumentário de Felipe Nepomuceno, a respeito desse que é o maior jogador de xadrez da história do Brasil. Está no endereço
http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=2853
Merecedor de uma popularidade que extravasou em muito os limites tacanhos do nosso ambiente enxadrístico, vamos encontrá-lo até na música popular, referenciado que foi nos versos da canção "Meus Heróis" do saudoso Raul Seixas:
"Quem é que no Brasil não reconhece o grande trunfo do Xadrez?
"Saí pela tangente disfarçando uma possível estupidez.
"Corri para um cantinho para dali sacar o lance de mansinho…
"Adivinha quem era? Mequinho!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Um alívio para os nossos bolsos e o bom exemplo federativo
O "Pílulas de Reflexão" volta a se hospedar nesta casa, em decorrência de problemas surgidos com atual reestruturação do portal Terra. Os antigos "post", contudo, continuam ali, à disposição de eventual interesse dos internautas.
E o retorno a este espaço é brindado com a notícia que é um alívio para os nossos bolsos de enxadristas.
A recém-eleita diretoria da Confederação Brasileira de Xadrez anuncia a tabela de taxas para este ano novo de 2009. E o anúncio é alvissareiro para a nossa comunidade enxadrística: os valores diminuíram em relação a 2008.
O percentual talvez ainda não seja o ideal, mormente quando se sabe que há regiões do país cujo poder aquisitivo pede uma variação mais acentuada desse viés de baixa.
Quem sabe um esquema de tabelas regionalizadas, atreladas ao índice per-capita de cada estado, pudesse fazer mais justiça.
E o retorno a este espaço é brindado com a notícia que é um alívio para os nossos bolsos de enxadristas.
A recém-eleita diretoria da Confederação Brasileira de Xadrez anuncia a tabela de taxas para este ano novo de 2009. E o anúncio é alvissareiro para a nossa comunidade enxadrística: os valores diminuíram em relação a 2008.
O percentual talvez ainda não seja o ideal, mormente quando se sabe que há regiões do país cujo poder aquisitivo pede uma variação mais acentuada desse viés de baixa.
Quem sabe um esquema de tabelas regionalizadas, atreladas ao índice per-capita de cada estado, pudesse fazer mais justiça.
De qualquer maneira, os passos iniciais da administração são positivos. Os valores apresentados para 2009 são os que se seguem:
Anuidade de jogador Sub-18: R$ 20,00 (redução de cinco reais);
Anuidade de jogador adulto: R$ 40,00 (redução de dez reais)
Anuidade de jogador com rating FIDE: R$ 70,00 (redução de dez reais);
Anuidade de árbitro ou instrutor: R$ 80,00 (permanece o mesmo valor).
A taxa de R$ 3,00 , cobrada por jogador a título de cálculo de rating foi excluída e a partir deste ano será cobrada uma taxa única a título de Taxa de Registro/ Oficialização CBX no valor de R$ 80,00.
Os dados acima foram extraídos da página on line da Federação Cearense de Xadrez (que exibe também um blog), entidade das mais atuantes e criativas dentro do cenário federativo atual.
E quando se sabe que num passado não muito distante esta federação estava à míngua, com a então diretoria em debandada, como a sugerir que o último a sair que apagasse a luz, a realidade atual traduz um perfeito exemplo de superação.
Esses cearenses valem a visita dos internautas em geral.
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