segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quando o Ano Novo começa em Julho!

Para ela, a trupe federativa paulista, o ano de 2010 começa somente agora.

Explico: os primeiros seis meses de janeiro a junho se traduziram num atroz sem-sentido de sua existência. O ânimo ali devia estar um tanto quanto jururu, um desânimo de dar dó. Todo o empenho da federação em manter o xadrez paulista no mais alto nível, com abnegação e denodo, não estava tendo a recompensa devida. Motivo: a secura de verbas públicas.

Afinal, para essa turma os torneiozinhos estaduais das categorias, ou os 'Airton Sena" da vida, ou os caraminguás do Circuito 21, não são nada compensatórios: o servir ao Xadrez (ou servir-se do?) da maneira como é feito por aqui há mais de uma década, merece reconhecimento à altura do trabalho extenuante em prol da intensa transpiração enxadrística em nosso estado. Os escolares do Segundo Tempo estão aí para confirmar os resultados da sacrificante labuta!

Acontece que para esse grupo de reconhecidos abnegados não há recompensa melhor que os inefáveis esquemas de "festivais de xadrez", com patrocínios bem fornidos e premiações proporcionalmente sovinas.

Eis então que os inquilinos daquela salinha 74 do bairro de Água Branca - antes tarde do que nunca! - estão abrindo champanhes de congraçamento: ali o Ano Novo se inicia agora em Julho.

Pois o governo do estado acaba de aprovar a celebração de convênio entre a Secretaria de Esportes e a Federação Paulista de Xadrez, no valor de $ 100.000,00 reais, para a realização do Festival (ops!) Santista de Xadrez e do Estadual Absoluto.

Perguntas que nunca se calam:

Em termos de premiação, qual porcentagem desse total liberado pelo órgão público chegará efetivamente aos bolsos dos enxadristas participantes?

Será quixotesca a expectativa das inscrições serem todas gratuitas para estes eventos já regiamente patrocinados?

Não bastasse o "Piritubão 2014" e seus milhões de reais a ameaçar-nos a todos, contribuintes paulistas, ainda temos o "FPX Paulistão 2010" , ainda que com bem menos "zeros" a nos tungar os bolsos.

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